“Somos aquilo que repetidamente fazemos. A excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” – Aristóteles
Você já notou como se tornou quase natural acordar e, antes de qualquer coisa, pegar o celular? O gesto é automático: desbloquear a tela e mergulhar em notificações, mensagens, vídeos curtos que pouco dizem. É como se o aparelho tivesse se tornado uma extensão do corpo.
O problema é que esse hábito custa caro. Dorme-se tarde porque a luz azul atrapalha o sono. Acorda-se cansado, porque o corpo não se recuperou. E no meio desse torpor, é comum ouvir: “Acho que tenho TDAH, não consigo me concentrar em nada”.
Mas será mesmo TDAH? Muitas vezes, não. O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é real, tem critérios diagnósticos claros e costuma acompanhar a pessoa desde a infância. Porém, nem toda dispersão é doença. O que vemos, em grande parte, é uma mente intoxicada por estímulos digitais constantes.
Cada notificação é uma dose de dopamina, o neurotransmissor do prazer imediato. Assim, o cérebro aprende a buscar novidades incessantes – mas desaprende a sustentar tarefas longas. A leitura se arrasta, o trabalho não flui, a conversa ao vivo parece menos interessante que a tela piscando. A vida real vira pano de fundo.
Aqui voltamos a Aristóteles: somos aquilo que repetidamente fazemos. Se cultivamos hábitos fragmentados, construímos uma mente fragmentada. Se alimentamos vícios digitais, perdemos a excelência da atenção profunda, da contemplação e até da presença plena com quem amamos.
E então eu lhe pergunto: você consegue ficar cinco minutos em silêncio, sem música, sem tela, apenas com seus próprios pensamentos? Se não consegue, talvez a questão não esteja no seu cérebro, mas no hábito que vem repetindo.
A saída não é demonizar a tecnologia, mas reconquistar soberania sobre ela: desligar notificações, criar horários para redes sociais, evitar telas antes de dormir,
recuperar o prazer da leitura e da conversa sem distrações. Pequenos gestos que, repetidos, podem transformar a qualidade da vida.
No fim, a pergunta essencial é: o que você está deixando de viver porque não consegue largar o celular?
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