“E se tudo que você tem em comum com alguém for a história que compartilharam, e não o presente que vivem?” Brené Brown
Falamos muito sobre relacionamentos amorosos tóxicos. Sabemos identificar os sinais quando um parceiro sufoca, manipula ou desgasta emocionalmente o outro. Mas e quando o veneno não vem de um romance, e sim de uma amizade, de um colega de trabalho ou de um ambiente profissional onde a convivência se tornou um campo minado?
A toxicidade não escolhe apenas os casais. Ela se infiltra nas relações que cultivamos ao longo da vida – no amigo que está sempre por perto, mas nunca torce genuinamente por você, no colega de trabalho que sabota silenciosamente seus esforços, no ambiente onde a fofoca, a competição desleal e as pequenas humilhações diárias são normalizadas.
Aqui me lembro das palavras da pesquisadora Brené Brown, especialista em vulnerabilidade, empatia e conexões humanas: “E se tudo que você tem em comum com alguém for a história que compartilharam, e não o presente que vivem?” A frase me fez refletir sobre o peso de algumas relações que mantemos, apenas porque um dia fizeram sentido. O que nos mantém em certos vínculos não é mais o afeto, mas sim a inércia. O medo de soltar, a culpa de se afastar, o receio de parecer ingrato.
Mas será que insistir em relações desgastantes não custa mais do que simplesmente seguir em frente? O colega que sorri para você, mas vibra com seus fracassos. A amiga que só aparece quando precisa. O ambiente que exige sua energia, mas nunca reconhece seu valor. São pequenas doses diárias de desgosto que vão minando a saúde emocional, o brilho nos olhos, a motivação de cada dia.
Nem sempre o que nos destrói vem de um relacionamento amoroso. Às vezes, a maior fonte de desgaste está naquela ligação que você atende por obrigação, na mensagem que lhe deixa tenso antes mesmo de abrir, no espaço onde sua presença é tolerada, mas nunca celebrada.
Então, caro leitor, talvez seja hora de repetir as palavras da canção de Chico Buarque e de Gilberto Gil: “Pai, afasta de mim este cálice”. Nem tudo que bebemos em nome da convivência nos nutre. Às vezes, é veneno. E a única cura é aprender a recusar o próximo gole.
Para saber detalhes sobre esse estudo, acesse o artigo completo clicando aqui!