“Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio” Hipócrates
Meu caro leitor, você já parou para pensar que sua saúde mental começa no prato? Sim, o que você come não afeta apenas seu corpo, mas também sua mente. Não é exagero dizer que a alimentação pode ser um verdadeiro aliado – ou um grande inimigo – do seu humor, da sua energia e até da sua capacidade de concentração.
Talvez você já tenha percebido: depois de uma refeição leve e equilibrada, sua disposição parece outra. Mas, depois de um dia à base de fast food e industrializados, o cansaço bate mais forte, o cérebro parece funcionar mais devagar e o humor oscila sem motivo aparente.
Nosso cérebro, essa máquina incrível que governa tudo, precisa de combustível de qualidade. E não adianta tentar enganá-lo com açúcar e café o dia inteiro. Ele precisa de gorduras boas, aminoácidos essenciais, minerais e vitaminas que ajudam na produção de neurotransmissores, aqueles mensageiros químicos que regulam nosso humor, ansiedade e até a qualidade do sono.
Um dos nutrientes mais importantes para manter a mente afiada é o ômega-3, uma gordura essencial para a comunicação entre os neurônios. Encontrado em peixes como salmão e sardinha, além de sementes como chia e linhaça, ele tem um impacto direto na redução da inflamação cerebral e na prevenção de distúrbios como ansiedade e depressão.
Outro elemento indispensável é o triptofano, um aminoácido que participa da produção de serotonina, o famoso hormônio do bem-estar. Sem ele, o cérebro simplesmente não consegue fabricar serotonina em quantidade suficiente, e isso pode resultar em irritação, desânimo e até distúrbios do sono. Bananas, ovos, queijos e aveia são excelentes fontes dessa substância preciosa.
Mas, para que o triptofano funcione bem, ele precisa de um sistema nervoso equilibrado, e é aí que entra o magnésio. Conhecido como o mineral do relaxamento, o magnésio atua na regulação do estresse e no funcionamento dos neurotransmissores.
Quando os níveis desse mineral estão baixos, a ansiedade aumenta, o sono piora e até os músculos ficam mais tensos. Espinafre, castanhas, feijão e abacate são ótimas fontes para manter o equilíbrio.
Além disso, as vitaminas do complexo B têm um papel fundamental na produção de energia mental. Elas ajudam na transmissão dos impulsos nervosos e evitam aquele cansaço arrastado, que às vezes não tem explicação aparente.
Carnes magras, ovos, grãos integrais e vegetais de folhas verdes são verdadeiros impulsionadores da clareza mental. E, para quem sente dificuldade de concentração, o zinco pode ser um grande aliado. Ele fortalece a memória e melhora o aprendizado, sendo encontrado em carnes, frutos do mar e sementes de abóbora.
Mas talvez um dos aspectos mais fascinantes da relação entre comida e mente esteja no intestino. Parece estranho, mas o intestino e o cérebro estão em comunicação constante, e a microbiota intestinal influencia diretamente a produção de neurotransmissores.
Ou seja, um intestino saudável significa uma mente mais equilibrada. Iogurtes naturais, por exemplo, garantem o equilíbrio das bactérias benéficas que vivem ali e impactam diretamente o bem-estar emocional.
O que colocamos no prato não é apenas uma questão de nutrição. É uma decisão que influencia nossa disposição, humor e até nossa resiliência diante dos desafios do dia a dia. Se estamos sempre alimentando nosso corpo com industrializados, excesso de açúcar e ultraprocessados, como esperar que nosso cérebro responda com clareza, energia e estabilidade emocional?
Pequenas mudanças no cardápio podem transformar completamente a forma como nos sentimos. Comer bem não é apenas uma questão de estética ou de saúde física – é um dos pilares fundamentais para manter uma mente equilibrada. Agora, caríssimo leitor, me diga: o que você tem servido para o seu cérebro?
originalmente do JLPolitica.com.br